Fernanda
Leme O que aconteceu ontem não precisa de reflexão. Tá mais
pra enredo de novela.
Pegaram o boi de piranha pelo chifre e o jogaram no mar.
O boi, amarrado pelas 4 patas, miraculosamente se soltou,
foi nadando devagarzinho, em direção à terra firme,
equipado com sapatilhas e holofotes, dançou balé, deu aula de História, e voltou para o pasto ovacionado pela manada que o segue, e pelos que ainda não o seguiam, mas agora -animados com a sua performance- decidiram segui-lo.
O que aconteceu ontem, em horário nobre, na calada da noite, na sede do matadouro, foi algo que beira o surreal.
Sem dicção, - porque esse boi é ruim de dicção, - ele colocou no bolso dois especialistas de comunicação, acostumados a trucidar os pobres mortais candidatos a qualquer coisa, para que fique clara a supremacia absoluta do grupo ao qual pertencem.
Como a super poderosa Globo se perdeu dessa forma diante de Bolsonaro? Eu não sei.
Poderiam tê-lo moído - como moeram Ciro- se o tivessem levado a sério. Mas não levaram.
Focaram no aspecto folclórico do candidato, se enfiaram pelo mesmíssimo caminho que não leva a nada, que já provou ser ineficiente para roubar votos e intenções de votos,
e Bolsonaro conseguiu dar a volta por cima, de maneira miraculosa e inacreditável.
O que o eleitor de Bolsonaro vê em Bolsonaro é uma simplicidade patriótica que não se limita pelo politicamente correto.
Bolsonaro fala o que pensa e o que sente. Mesmo que não seja correto o seu falar.
Ele não se importa de perder votos por dizer o que pensa,
talvez porque saiba que no frigir dos ovos, muitos brasileiros pensam como ele. Só não falam.
Então, por conta dessa matemática, qualquer tentativa de demonstrar que o candidato não é politicamente correto,
é mais uma oportunidade de provar que ele não é mesmo.
E nem faz questão de ser.
Isso lhe rende adeptos. Seu eleitor o quer assim.
Eu sempre apreciei a vitória de Davi contra Golias.
Acho Golias de uma arrogância sem tamanho.
Quanto a Davi, entre outras coisas, ele tinha o favor de Deus,
exatamente por ser um azarão, e por usar a pedra e a funda contra o gigante do aço.
Longe de mim pensar que Bolsonaro seja um escolhido de Deus.
Mas se for, eu já estou aplaudindo o lado mais fraco,
como sempre estive, em toda a minha vida.
Bolsonaro perseverança
ousadia coragem trabalho e FÉ
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