Especial
para o BSM · 1 de Janeiro de 2021 às 11:56
A raiz da crise de segurança no país é clara: a impunidade
Roberto Motta
Especial para o BSM
Há
décadas o Brasil vive uma crise de criminalidade sem paralelo nas
democracias ocidentais. É um verdadeiro massacre. Já chegamos a ter
63.000 homicídios por ano. Nos últimos vinte anos mais de um milhão
de brasileiros foram assassinados – esse número é quase o dobro
do número de mortos na guerra civil americana. As vítimas são
pessoas de todos os sexos, idades, profissões, etnias e crenças. O
criminoso brasileiro não discrimina.
O
percentual de policiais militares assassinados na Região
Metropolitana do Rio de Janeiro é três vezes maior que a taxa de
perdas do exército americano na Segunda Guerra Mundial e sete vezes
maior do que na guerra do Vietnã[i].
A
crise de criminalidade do Brasil tem uma razão clara: a impunidade.
O bandido brasileiro não tem medo da punição: nem o criminoso
violento, que te assalta com uma arma, e nem o político corrupto,
que frauda licitações.
Apenas
8% dos homicídios são esclarecidos[ii].
De acordo com o único levantamento disponível, apenas 1.8% dos
assaltos são esclarecidos. Em outras palavras: o sujeito que resolve
assaltar um restaurante ou banco tem quase 100% de chance de sucesso.
A
impunidade, raiz da crise, é resultado da destruição ideológica
do sistema de justiça criminal.
Essa
destruição é promovida por uma aliança entre a extrema-esquerda,
o narcotráfico e diversas organizações de apoio a bandidos. Seus
representantes estão infiltrados em todas as instituições.
Para
entender a destruição causada por essa turma, pense nisso: o Brasil
é o país onde o estuprador preso tem direito à “visita íntima”
- eufemismo que significa fazer sexo com um visitante.
Essa
aliança do mal movimenta fortunas com corrupção e exploração de
mercados ilegais como drogas, contrabando, falsificação de
remédios, roubos de veículos, roubo de cargas e até furto de
combustível de oleodutos da Petrobras.
Há
décadas a extrema-esquerda se empenha na criação de benefícios
para criminosos. Há duas razões para isso. A primeira é eleitoral:
alimentar a imagem de defensora dos “direitos humanos” para
angariar votos de eleitores desinformados. A segunda razão é
ideológica. A esquerda vê no criminoso – no assassino, estuprador
ou assaltante – uma vítima do “sistema capitalista” e um
auxiliar no processo revolucionário.
Vejam
o que disse Marx: "O crime é produzido pelo criminoso da mesma
forma que o filósofo produz idéias, o poeta produz versos e o
professor produz manuais. A prática do crime é útil à sociedade
porque ocupa mão de obra ociosa e o seu combate dá emprego a muitos
cidadãos"[iii].
Ou
vejam o que disse o anarquista Bakunin: "Existem categorias de
pessoas que, em liberdade, promoverão os interesses da revolução
cometendo atos brutais e enfurecendo a população, ou que podem ser
exploradas através de chantagem a trabalhar em prol da nossa
causa"[iv].
A
glorificação e glamourização dos criminosos pela esquerda se
chama “bandidolatria”. Ela é filha do "garantismo penal",
uma doutrina criada pelo picareta italiano Luigi Ferrajoli que diz,
basicamente, que o bandido é um pobre coitado e que a culpa do crime
é sua, seu burguês safado.
É
isso mesmo que você leu.
Essa
teoria ilógica e imoral é ensinada como dogma em nossas escolas de
direito.
Ferrajoli,
por sua vez, é filho bastardo de Gramsci, o "filósofo"
Marxista que criou a estratégia de tomar o poder através da
cultura, usando as escolas em vez de armas.
Os
herdeiros dessa tradição “intelectual” dominam hoje o debate
sobre segurança no Brasil. São “especialistas” como a
“filósofa” (as aspas são inevitáveis) Márcia Tiburi, que se
declarou “a favor do assalto”, ou o deputado Marcelo Freixo, que
já perguntou publicamente “prender para que?” (aparentemente ele
abriu uma exceção quando uma vereadora do seu partido foi
covardemente assassinada, e ele - justamente - exigiu “punição
rigorosa” para os assassinos).
Mas
a situação fica ainda pior.
A
maioria das estatísticas relevantes sobre segurança pública no
Brasil são coletadas, calculadas, analisadas e divulgadas por ONGs
de esquerda.
São
as mesmas ONGs que defendem ativamente mudanças na lei penal que
beneficiam criminosos e dificultam o trabalho da polícia e a
proteção do cidadão.
Essas
ONGs e seus “especialistas” ditam a agenda da imprensa. Como
resultado disso, quase tudo o que você lê na grande mídia sobre
crime contém informação distorcida, dados incompletos ou mentiras
descaradas.
É
importante entender isso: a crise de criminalidade do Brasil não é
um desastre. A crise de criminalidade do Brasil é um projeto de
poder.
Ela
tem solução, e muito mais rápido do que se pensa.
Existe
uma rica bibliografia lá fora – à qual o brasileiro não têm
acesso, e que é ignorada pelos jornais – mostrando isso.
Aqui
mesmo no Brasil, há inúmeros juristas, estudiosos e ativistas
apontando as soluções. São brasileiros corajosos como os
Promotores de Justiça Diego Pessi e Leonardo Giardini, autores do
livro Bandidolatria e Democídio, o Procurador de Justiça Marcelo
Rocha Monteiro, o Promotor Bruno Carpes, o Professor Pery Shikida, o
Procurador Fabio Costa Pereira, a Juíza Ludmila Lins Grilo, o
especialista em armamento Benê Barbosa e muitos outros.
Meus
dois livros – Ou Ficar A Pátria Livre de 2016 e Jogando Para
Ganhar de 2018 – têm um capítulo sobre crime, com abundância de
dados, pesquisas e fontes de informação, que mostram que essa crise
pode, sim, ser vencida.
Considere
apenas esse dado: em média, os 10% de criminosos mais ativos no
conjunto da população são autores de 66% dos crimes[v].
Isso DESTRÓI as narrativas do “crime não tem jeito” e “prender
não resolve”. Basta colocar esses 10% de bandidos na cadeia, por
tempo suficiente, e poderemos viver em paz.
É
simples assim.
Se
o brasileiro vive com medo permanente do crime é porque muita gente
lucra com isso - e porque esses abutres contam com o apoio permanente
e agressivo da extrema-esquerda.
Enfrentemos
essa aliança maldita e teremos de volta segurança e paz.
Em
muito pouco tempo.
Basta
coragem.
—
Roberto
Motta é engenheiro civil, mestre em gestão e trabalhou como
executivo em grandes empresas no Brasil e exterior. Um dos criadores
do Partido Novo (do qual se desligou em 2016), Roberto estuda há
anos as questões de segurança publica do Brasil. Roberto é
suplente de deputado federal e de vereador no Rio de Janeiro, e
coordenou a transição da segurança do estado do Gabinete de
Intervenção Federal para as recém-criadas Secretarias de Polícia
Civil e Militar, assumindo por um breve período a Secretaria de
Segurança até a sua extinção, em janeiro de 2019.