Clesio Boeira 17.1.20
Os
presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e da Câmara dos
Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), divulgaram, nesta sexta-feira (17),
mensagens pedindo a saída do secretário especial de Cultura,
Roberto Alvim. As manifestações dos parlamentares ocorrem após
Alvim divulgar um vídeo na madrugada desta sexta-feira que remete a
trechos de um discurso do ministro da propaganda nazista, Joseph
Goebbels.
Em suas redes sociais, Maia afirmou que o
governo deve afastá-lo do cargo. "O secretário da Cultura
passou de todos os limites. É inaceitável. O governo brasileiro
deveria afastá-lo urgente do cargo."
Por meio de
nota, Davi Alcolumbre, que também é presidente do Congresso
Nacional, disse estar no interior do Amapá, participando da retomada
do programa Luz para Todos, e que recebeu a notícia do discurso do
secretário, o qual classificou como "acintoso, descabido e
infeliz pronunciamento de assombrosa inspiração nazista".
"Como
primeiro presidente judeu do Congresso Nacional, manifesto
veementemente meu total repúdio a essa atitude e peço seu
afastamento imediato do cargo. É totalmente inadmissível, nos
tempos atuais, termos representantes com esse tipo de pensamento. E,
pior ainda: que se valha do cargo que eventualmente ocupa para
explicitar simpatia pela ideologia nazista e, absurdo dos absurdos,
repita ideias do ministro da Informação e Propaganda de Adolf
Hitler, que infligiu o maior flagelo à humanidade", criticou o
senador.
O presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias
Toffoli, também se manifestou sobre o assunto. “Há de se repudiar
com toda a veemência a inaceitável agressão que representa a
postagem feita pelo secretário de Cultura. É uma ofensa ao povo
brasileiro, em especial à comunidade e judaica.”
No
vídeo, Alvim fala sobre o lançamento do Prêmio Nacional das Artes,
e sobre o que seria o ideal artístico para a pasta. Como música de
fundo, o secretário escolheu uma ópera de Wagner, compositor
preferido do líder nazista, Adolph Hitler.
"A arte
brasileira da próxima década será heroica e será nacional. Será
dotada de grande capacidade de envolvimento emocional e será
igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às
aspirações urgentes de nosso povo, ou então não será nada",
disse Alvim.
Em um pronunciamento, Goebbels havia dito que
"a arte alemã da próxima década será heroica, será
ferreamente romântica, será objetiva e livre de sentimentalismo,
será nacional com grande páthos e igualmente imperativa e
vinculante, ou então não será nada". (CN com Abr.)
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