domingo, 16 de outubro de 2011

MPMG/GEDEF



Depois de apagados os incêndios, quase sempre de origem criminosa, nunca é feita uma investigação para apurar as responsabilidades e punir os culpados. À natureza é delegada a missão de recompor fauna e flora destruídas para que voltem a queimar no ano seguinte.


Mas o grupo não vai se limitar apenas à fauna silvestre. Também animais domésticos e domesticados serão alvo de proteção. Cães e gatos sofrem maus-tratos do poder público e da população. Na indústria, a morte de bois e galináceos é feita com requinte técnico.


O órgão é resultado de um movimento que, aos poucos, vai se estendendo por todo o país. São Paulo saiu na frente, constituindo seu grupo no início do ano. Aqui, ele dará consequência à decisão do STF que firmou jurisprudência sobre a morte de cães recolhidos nas ruas.


Até recentemente, em Belo Horizonte, esses animais, aprisionados pela prefeitura, eram mortos em câmaras de gás. A prática gerou protestos de cidadãos, que criaram um Movimento Mineiro de Defesa dos Direitos dos Animais, provocando uma mudança de métodos.


Hoje, os cães recolhidos são esterilizados e encaminhados para doação. Só são sacrificados, com injeção letal, em último caso. O grupo terá de fazer com que a norma seja cumprida em todo o Estado. A militância advoga também a criação de uma delegacia de defesa dos animais.


Supondo que Deus exista, todos os seres vivos teriam o mesmo valor ontológico. O homem, no entanto, estabeleceu uma hierarquia. Baratas devem ser esmagadas. Animais selvagens podem ser caçados. Bois servem de alimento. Negros e índios já puderam ser assassinados.


Pode parecer um exagero, mas, por trás da defesa dos animais, estão direitos fundamentais.
Fonte: O Tempo

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