Luiz Fernando Werneck
Para quem não conhece Antônio Gramsci, foi um defensor do marxismo, jornalista, crítico literário e político italiano. Escreveu sobre teoria política, sociologia, antropologia e linguística. Foi membro-fundador e secretário-geral do Partido Comunista da Itália, e deputado pelo distrito do Vêneto. Gramsci é reconhecido, principalmente, pela sua teoria da hegemonia cultural que descreve como o Estado deveria usar, nas sociedades ocidentais, as instituições culturais para conservar o poder.
A essa teoria foi dado o nome de revolução cultural ou marxismo cultural. Antônio Gramsci percebeu que a revolução através da luta armada havia falhado, então propôs uma dose mais homeopática da revolução socialista implementando a hegemonia.
Para contornar a dificuldade, Gramsci concebeu uma dessas idéias engenhosas, que era amestrar o povo para o socialismo antes de fazer a revolução. Fazer com que todos pensassem, sentissem e agissem como membros de um Estado comunista enquanto ainda vivendo num quadro externo capitalista.
A estratégia de Gramsci virava de cabeça para baixo a ideologia de Lênin.
A luta pela hegemonia não se resume apenas ao confronto formal das ideologias, mas penetra num terreno mais profundo, que é o daquilo que Gramsci denomina — dando ao termo uma acepção peculiar — "senso comum". O senso comum é um aglomerado de hábitos e expectativas, inconscientes ou semiconscientes na maior parte, que governam o dia-a-dia das pessoas. Ele se expressa, por exemplo, em frases feitas, em giros verbais típicos, em gestos automáticos, em modos mais ou menos padronizados de reagir às situações. O conjunto dos conteúdos do senso comum identifica-se, para o seu portador humano, com a realidade mesma, embora não constitua de fato senão um recorte bastante parcial e frequentemente imaginoso. O senso comum não "apreende" a realidade, mas opera nela ao mesmo tempo uma filtragem e uma montagem, segundo padrões que, herdados de culturas ancestrais, permanecem ocultos e inconscientes.
Como o que interessa não é tanto a convicção política expressa, mas o fundo inconsciente do "senso comum", Gramsci está menos interessado em persuasão racional do que em influência psicológica, em agir sobre a imaginação e o sentimento. Daí sua ênfase na educação primária. Seja para formar os futuros "intelectuais orgânicos", seja simplesmente para predispor o povo aos sentimentos desejados, é muito importante que a influência comunista atinja sua clientela quando seus cérebros ainda estão tenros e incapazes de resistência crítica.
E é com este pano de fundo, que parlamentares de Minas Gerais começam a substituir as memórias de heróis históricos do cenário Brasileiro por atores socialistas, aproveitando-se do senso comum (Rotulando Militares do Governo de 64 como ditadores) para introduzir seus ídolos comunistas no seio da sociedade mineira.
E é o que aconteceu em Belo Horizonte com dois elevados e algumas ruas. Aproveitando a ascensão do Governo Lula e do aparelhamento Estatal, um vereador do PT criou um projeto de Lei para substituir o nome do elevado Pres. Castelo Branco por Dona Helena Greco - umas das fundadoras do PT e ex-vereadora de Belo Horizonte.
Com uma jogada de mestre entre o vereador e o ex-prefeito de Belo Horizonte Márcio Lacerda (PSB), o projeto de lei foi aprovado e o nome do elevado substituído. O ex-prefeito havia decretado na época dois elevados como: "sem nome". A manobra se deu pelo fato do projeto do vereador não preencher os pré requisitos para a mudança de nome, como mostra a lei 9.691/09, no Art. 21, incisos I e II:
É vedado denominar próprio público, passagem e bairro:
I - com nome de pessoa viva;
II - com nome de pessoa que tenha sido condenada judicialmente por crime hediondo, por crime contra o estado democrático, a administração pública ou os direitos individuais;
A justificativa do vereador para o projeto? O Presidente Castelo Branco foi um Ditador! As provas? Nenhuma. Processos respondidos pelo ex-presidente Castelo Branco? Absolutamente nenhum.
O projeto inclusive chegou a ser vetado, e é aí que entra a mão amiga do ex-prefeito. Márcio Lacerda decreta vacância de nome, ao mesmo tempo o ex-vereador impetra outro projeto. Projeto esse que logrou sucesso!
A verdade nua e crua é que vivemos uma hegemonia esquerdista em Minas Gerais e principalmente em BH. Não me choca que partidos como PT, PC do B e PSOL dominem secretarias importantes como a de Educação e de Cultura na prefeitura de Belo Horizonte. Vejam só!
É quase impossível que, a esta altura, a expressão "inversão de valores" não ocorra ao leitor. Essa inversão é, de fato, um dos objetivos prioritários da revolução gramsciana, na fase da luta pela hegemonia. Mas Gramsci é, neste ponto, bastante exigente: não basta derrotar a ideologia expressa da sociedade; é preciso extirpar, substitui-la, e junto com ela, todos os valores e princípios herdados de civilizações anteriores, que ela de algum modo incorporou e que se encontram hoje no fundo do senso comum. Trata-se enfim de uma gigantesca operação de lavagem cerebral, que deve apagar da mentalidade popular, e sobretudo do fundo inconsciente do senso comum, toda a herança moral e cultural da humanidade, para substituí-la por princípios radicalmente novos, fundados no primado da revolução e no que Gramsci denomina "historicismo absoluto".
E é aí que nós de direita precisamos abrir seus olhos. Milhões de pequenas alterações vão assim sendo introduzidas no senso comum, o patriotismo pouco a pouco vai sendo substituído por ídolos comunistas, até que o efeito cumulativo se condense numa repentina mutação global ( uma aplicação da teoria marxista do "salto qualitativo" que sobrevem ao fim de uma acumulação de mudanças quantitativas ).
Gramsci denomina, significativamente, "agressão molecular": a sociedade não deve ser combatida no campo aberto dos confrontos ideológicos, mas no terreno discreto do senso comum; não pelo avanço maciço, mas pela penetração sutil, milímetro a milímetro, cérebro por cérebro, idéia por idéia, hábito por hábito, reflexo por reflexo. Desta forma, a esquerda introduz o aborto, a ideologia de gênero, o casamento homossexual e a destruição dos valores da família brasileira. É com essa tática que querem destruir os valores usando nossas crianças e jovens!
Fiquemos de olho e preparados para enfrentar esses ataques, um grande abraço.
Brasil acima de tudo, Deus acima de todos!
Luiz
Fernando Werneck
25
de março de 2019 ·
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