segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Partida de Francisquinho para um lugar onde não haja crueldade.

Sou o Francisquinho – Chiquinho, para os mais íntimos.
Não sei falar do meu passado, mas se ressurgi para a vida a partir de um resgate em atropelamento, foi porque não tive donos responsáveis. De repente posso até ter sido por eles abandonado nas ruas.
Passei fome, sede, frio; fui vítima de descasos e até de pequenas (para mim, grandes) violências físicas, até que chegasse o dia “T” (trágico): fui atropelado, esfregado no asfalto. Tive muitos ferimentos externos, e uma de minhas perninhas foi quebrada e esfarelada na articulação. Moradores próximos, de bom coração, me arrastaram para um canto de muro, colocaram água e ração, ficaram consternados, sem saber o que mais fazer. Nesse sofrimento ainda permaneci por no mínimo dois dias e duas noites. Talvez mais, pois as feridas e a fratura exposta tiveram tempo para ficar infeccionadas.
No vai e vem de conversas e telefonemas, os amigos Lucas e Claudionor me resgataram na noite de 18/07/11 e me socorreram na Consulveter, Eldorado, onde o Dr. Fabrício (plantão) deu início ao alívio de minhas dores.
 
Em apenas 30 dias de internação a vontade de Deus, o carinho e competência da equipe da Consulveter (especialmente os Drs. Francisco, Franciane, Emílio e funcionários que cuidaram de mim), e as visitas quase diárias de meus amigos Gabriela, Lucas e Claudionor durante meu internato, me trouxeram de volta à vida. Agora estou curado, bonito, espertinho, saudável e vacinado. Também sou muito carinhoso e dengoso.
Quero adotar uma pessoa (quem sabe, você?) que seja também um grande amigo ou amiga, para trocarmos afeto e carinho. Um dono que não tenha preconceito nem vergonha de mim pelo fato de eu agora ter somente três perninhas. Eu mesmo já estou superando isso.
Sou vira-latinha com muito orgulho, pequeno e pretinho de pelos curtos.
Quero adotar você!
Aceita ser meu dono e meu amigo?
 
EPA! Obrigado a todos. Esqueçam tudo que falei.
Quando nem remédios eu estava tomando mais, aguardando apenas um finzinho de cicatrização na perninha especial, fui acometido de uma infecção hospitalar virótica ou bacteriológica – igualzinho acontece com meus amigos humanos nos hospitais – tão grave que de novo me colocou frente a frente com a morte. Foi sofrimento que não acabava mais, por mais uns dez dias, até que no meio do dia 23/08/11, quando o amigo Claudionor veio me ver, eu já havia atravessado a Ponte do Arco-Íris e encontrado o meu lar definitivo num mundo melhor do que este.
Até já fiz um novo amigo. Ele é meu “xará”: chama-se Francisco de Assis.
Claudionor

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