quinta-feira, 18 de março de 2021

CENA TECNOLÓGICA DOS ANOS 80


Estudei até a quarta série no Sesi Emília Massanti Cid. Industrial, depois até a oitava série no colégio Cristo Redentor de Juiz de Fora, o ensino médio (e curso técnico de PD) no Politécnico PIO XII também em JF onde me formei em 1990. Tempos maravilhosos.

Fica muito fácil entender o subdesenvolvimento brasileiro até os dias de hoje depois de relembrar como era a cena tecnológica dos anos 80 quando eu ainda era estudante técnico.

Naquela época fabricantes de microcomputadores como a Commodore, Atari, Tandy, Apple... no Brasil foram Sharp, Gradiente, Unitron e Prologica... inundaram o mercado com pequenos PCs que se transformaram numa plataforma sobre a qual toda uma juventude de colegial construiu impérios a partir dos seus quartos ou garagens.

Era comum, na época, colegas de escola alugarem uma salinha e a partir disso criar empresas de sucesso vindas do nada, pois a maior parte da juventude ocidental vivia sob liberdade de mercado e de expressão.

O Brasil, até hoje, ainda na contramão, não consegue se desvencilhar das amarras de oligarquias estatais bem explícitas e também de algumas privadas bem menos visíveis.

Estamos sempre sob a influência e condução de grupinhos dominantes com poder econômico para isso e em parceria com uma pequena casta política, impondo que apenas alguns "ungidos" ou apadrinhados exerçam essas liberdades empreendedoras.

Temos sempre por perto alguma figura que domina a maior fatia do mercado sob algum pretexto ou conluio. Temos o cara que é dono de quase todo o mercado de cervejas e disfarça seu monopólio exibindo várias marcas como se competissem entre si. 

Temos alguém que é dono do mercado de combustíveis e dita preços e condições. Temos alguém que detém o monopólio televisivo e midiático. Temos os grandes patrocinadores de sempre de todo o esporte olímpico nacional. Temos o rei da soja, o rei disso, o rei daquilo... enfim.

Raros aqueles nessa terra que estão fora dos "círculos dourados" e que conseguem sucesso sem pagar pedágio ou se submeter aos ditames do topo da pirâmide que tem sempre acesso irrestrito ao crédito, aos insumos, ao mercado, aos juros baixos do BNDES para comprar jatinho que só quem era amigo dos "cupanheiros" conseguia.

Por isso aqui vemos a juventude passar sem criar nada de novo e ainda ser instrumentalizada como massa de manobra por modelos de pensamento caquéticos e ultrapassados como o marxismo.

Nada é mais revolucionário do que empreender, criar riqueza, novos negócios, solucionar demandas e surpreender os poderosos. 

Mas para o establishment, nada é melhor do que uma juventude "revolucionária de DCE" dependente do Estado, perdida sem balizas morais ou valores civilizatórios, com a cabeça presa no século XIX, incapaz de competir com esses donos do poder para que eles se mantenham intocados faturando alto enquanto toda uma geração insiste em não amadurecer e enxergar isso.

Que nos digam os novos integrantes dessa casta de "ungidos", os donos das redes sociais, que agora já se assanham donos das nossas liberdades e opiniões, sabendo que dificilmente essa geração atual alienada vai questionar ou reagir.

 

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