"Com a
internet, não existe mais segredo se duas pessoas conhecem um mesmo
assunto"
(Luiz Jardim,
oficial-superior e cientista político).
Ao usar este artigo,
mantenha os links e faça referência ao autor:
Segredos do Exército
São Revelados por um Oficial publicado 2/09/2008 por Félix Maier em
http://www.webartigos.com
Arivaldo Sérgio Salgado
REPASSANDO...
O TEXTO É LONGO, MAS LEIA E TIRE AS
TUAS PRÓPRIAS CONCLUSÕES.
O texto abaixo é um depoimento
histórico importante, escrito pelo General Durval Andrade Nery.
Aos poucos, os militares estão
escrevendo suas memórias, desmistificando os terroristas de ontem,
que hoje se apresentam como cândidos anjinhos que queriam defender a
democracia, vale dizer a "democracia" cubana.
A verdade sobre o que os terroristas
fizeram no passado e que hoje se vangloriam de terem sido perseguidos
pelo governo, recebendo polpudas indenizações do Estado e quem paga
é você.
Analise e veja a diferença entre o que
aconteceu e o que eles contam.
O texto abaixo é um depoimento
histórico importante, escrito pelo General Durval Andrade Nery.
DEPOIMENTO DE QUEM VIVEU AQUELES DIAS
"... Retornando da Amazônia,
pretendia iniciar a minha preparação para realizar o concurso para
a Escola de Estado-Maior. Tinha que estudar e a minha nomeação para
instrutor da EsAO era um ótimo negócio.
Quando fui surpreendido com a
retificação da minha nomeação, à revelia, agora para ser
ajudante-de-ordem, e responsável pela segurança do General Humberto
de Souza Mello, novo Comandante do II Exército - São Paulo - na
fase em que a guerrilha estava no auge. Foi um tempo difícil.
A guerrilha urbana organizada pelo
baiano Carlos Marighella, mesmo depois da sua morte, executou 65
missões naquele período em que estive como responsável pela
segurança do Comandante do II Exército.
Caímos em duas emboscadas e eu pude
presenciar o que ocorria em São Paulo.
Era uma guerrilha bem organizada, que
contava com pessoal preparado e farto material.
Marighella editou o manual mais
completo de guerrilha urbana que o mundo conhece, o Mini-manual do
Guerrilheiro Urbano.
Quando fui para a Escola das Américas,
onde funcionava e ainda funcionam todos os cursos que um exército
precisa desde a formação de comandante, de liderança, de
administração até o curso de formação de sargentos, comandos,
guerra na selva etc.
- Em um dado momento, ao entrar na
biblioteca para fazer pesquisas para as minhas aulas e encontro, como
best-seller, o livro de guerrilha do Marighella.
Não existe, até hoje, um manual
melhor de guerrilha urbana.
Outra ação violenta da guerrilha em
São Paulo foi o assassinato do industrial dinamarquês naturalizado
brasileiro, Henning Albert Boilesen, que era o presidente do Grupo
Ultra, morto pelos terroristas no dia 15 de abril de 1971.
Considerado pelos extremistas da
esquerda, como colaborador do Governo.
Acontecia que, nesta mesma ocasião,
elementos que tinham ido para a Europa, alguns exilados, outros
exilados voluntários.
Organizaram um grupo em Paris, com a
missão de denegrir a imagem brasileira.
Não era só criticar o governo
revolucionário. Era desacreditar a imagem brasileira.
O chefe desse grupo era Dom Helder
Câmara, que se transferiu para Paris e chegou a se lançar candidato
ao Prêmio Nobel da Paz por indicação de três governos do norte da
Europa.
Diante desse fato o presidente Médici
ligou-se com o Comandante do II Exército e deu a seguinte ordem:
fale com o Boilesen, chame-o ao seu quartel-general e dê a missão
de levar aos governos nórdicos, inclusive o dinamarquês, onde ele
tinha as suas origens, o "dossiê" do Dom Helder Câmara.
Mostre quem é esse padre, o que ele
está fazendo, o que já fez - ex-integralista, comunista - essa
"figura impoluta" da Igreja.
Quem chamou o Boilesen fui eu. Levei-o
para a reunião.
Ajudei-o a preparar o "dossiê"
que era trabalho de ajudante-de-ordem.
Ele foi para a Europa, apresentou o
documento para os três presidentes e os três países retiraram a
proposta de Helder Câmara para o prêmio Nobel da paz.
De imediato, fomos informados no Brasil
da ordem dada pelo grupo de Paris: "Matar o Boilesen".
Eles deram a ordem se não me engano
para o Lamarca.
Recebi a missão de chamar o Boilessen,
de novo.
Nós o ensinamos a atirar, para a sua
defesa pessoal.
Foi escalado um elemento da Polícia
Civil para ser o seu segurança e motorista dele.
Ele treinava no estande de tiro da 2ª
Divisão de Exército, no quartel do Ibirapuera.
Foi-lhe recomendado cuidado. Sabia-se
que eles, os guerrilheiros, tinham ordem para matá-lo.
Um dia, esse homem vai à casa da
filha, entra numa rua que era mão única, um quarteirão que,
naquele dia, havia uma feira, só dava uma passagem e a emboscada, se
não me engano foi à quinta tentativa dos guerrilheiros, foi
semelhante àquelas que fizeram para o Comandante do II Exército,
nas quais caímos por duas vezes, mas conseguimos sair.
O itinerário do Comandante do II
Exército só era conhecido pelo motorista e na hora.
Eram sete, oito itinerários diferentes
quando ele fazia o seu deslocamento da casa para o quartel e
vice-versa.
O Boilesen, naquele dia, entra na rua
da feira - só tinha uma passagem.
Dispensou o motorista e ninguém
entendeu o porquê.
O motorista pediu uma dispensa e,
também, não sabemos por que foi dispensado.
Ele foi dirigindo. Entra na residência
da filha, tira o paletó e deixa a arma em cima da mesa, fala com a
filha veste o paletó e sai sem a arma.
Foi emboscado na esquina com a Alameda
Casa Branca.
Levou dezenove tiros, quinze na cabeça.
Duas senhoras que estavam na feira
também foram atingidas.
Assim, era São Paulo. A guerrilha
urbana ali era perversa.
Este fato realmente repercutiu e, por
isso, nós nos envolvemos bastante nessas operações.
Os assaltos a bancos se multiplicavam,
o dinheiro roubado, desapropriado, como eles diziam, era depositado
até em contas particulares como a que o Marighella mantinha no
exterior.
Jovens sonhadores e ávidos por
aventuras eram recrutados para ações noturnas de propaganda,
pichando paredes.
Escalados para dirigir os carros nessas
horas, muitas vezes eram surpreendidos quando percebiam que a missão
daquela vez era um assalto a banco.
Propositadamente, o líder deixava cair
no local do assalto a carteira de identidade do jovem estudante que
estava no volante do carro da quadrilha e tinha sido convidado para
pichar um muro e não para assaltar um banco.
A surpresa maior era na manhã
seguinte.
Os jornais publicavam a foto do jovem
agora assaltante de banco, identificado por ter "deixado"
cair a sua identidade.
Percebendo a "armação" para
envolvê-lo nas ações criminosas e sem saída, o jovem procurava a
liderança que dizia: "sujou", você terá que "esfriar"
por um tempo, "desaparecer", não se preocupe, vamos levar
você para o interior.
E, assim, mais um estudante era levado
para a guerrilha de Xambioá no sul do Pará.
Envolvidos de uma maneira desleal,
ardilosamente planejada para ações criminosas contra seu país, por
um grupo que pretendia derrubar o governo para implantar um regime
totalitário comunista
que foi repudiado pelo povo, até na
própria União Soviética.
Esses jovens, agora com identidade
falsa, desconhecida até por seus familiares, ao enfrentarem as
forças da lei nos combates travados em São Paulo e Xambioá, alguns
morreram e foram enterrados com a identidade que portavam.
É fácil concluir que apenas os chefes
das guerrilhas, responsáveis pela troca das identidades dos jovens,
hoje considerados desaparecidos, têm condições de informar o
verdadeiro nome de cada um para ajudar na identificação do nome
"usado na guerrilha", com o qual provavelmente foram
enterrados.
Na fase mais crucial da guerrilha de
São Paulo, quando cresceram os assaltos a bancos, os seqüestros, os
assassinatos de pessoas inocentes na rua como o da jovem que o
Lamarca escolheu para provar sua condição de ótimo atirador - era
instrutor de tiro - e numa atitude covarde matou-a com um tiro, logo
após assaltar um banco.
Com a intensificação das ações de
guerrilha em todo o País, principalmente no Rio e São Paulo, as
Forças Armadas ficaram em desvantagem, alguns homens foram abatidos,
era preciso uma ação mais enérgica nos combates.
Isso aconteceu no mesmo dia da morte do
Cabo de uma das equipes que, em perseguição ao "Japonês",
companheiro de Lamarca no roubo das armas do Hospital Militar de São
Paulo e da guerrilha em Registro.
O Cabo morreu porque se aproximou para
prender o Japonês com a arma abaixada.
Foi morto por uma rajada de
metralhadora desferida pelo Japonês através da porta do carro.
Ato contínuo o comandante do II
Exército, General Humberto de Sousa Mello, determinou que eu
transmitisse uma ordem ao comandante da Operação Bandeirante (Maj
Ustra), para reunir a tropa e, na presença de todos, exigiu mais
treinamento, mais atenção nas ações.
Disse ainda, "Já estou cansado de
enterrar homens sob meu comando. Exijo mais energia na execução das
ações. É preciso agir de acordo com as técnicas antiguerrilhas
aprendidas. Quando sob a mira das armas dos guerrilheiros, tinham que
ser mais rápidos e atirar para matar".
Eu ouvi, estava presente.
O General Humberto estava angustiado
com a morte dos seus subordinados.
Era um veterano de 1930. Tinha sido
Secretário de Segurança de Pernambuco.
Conhecia as técnicas dos comunistas
para a tomada do Poder.
Desta maneira e neste contexto, a
guerrilha começou a perder terreno até ser totalmente eliminada em
São Paulo.
É preciso lembrar que nesta fase,
ninguém, nenhuma pessoa inocente, morreu de bala perdida nas ruas de
São Paulo.
A Revolução de 1964 foi vitoriosa,
derrotados foram aqueles que pretendiam subjugar o povo brasileiro
impondo um regime odioso marxista-leninista.
Vale lembrar que o General Humberto,
cumprida a missão em São Paulo e após uma breve passagem por
Brasília, como Ministro Chefe do Estado Maior das Forças Armadas,
passou para a reserva aos 66 anos, retirando-se para sua residência,
no Rio.
Já na primeira semana, começou a
receber ligações ameaçadoras com o seguinte teor:
"Já sabemos onde você mora,
aproveite que esse é o seu último fim de semana.
Cumprimentos da guerrilha".
Foram duas semanas de ameaças diárias,
para o casal.
Tomou uma decisão. Iria se mudar.
Seria preciso um empréstimo bancário
para a entrada num apartamento.
Procurou um banco. Resposta do gerente:
"O senhor não tem renda familiar
para um empréstimo".
Nesta hora, ele se deu conta da
situação financeira dos militares, afinal tinha atingido o último
posto da carreira.
Não desistiu, ao sair em busca de
outra solução,
teve seu carro, que era dirigido pelo
seu motorista, violentamente fechado por outro, próximo ao Canecão,
na saída do Túnel Novo, Zona Sul do Rio de Janeiro.
A ação foi visivelmente intencional,
pretendiam fazer parar o carro do General Humberto.
Seria uma ação terrorista? Um
seqüestro?
Com a freada brusca, o general foi
violentamente projetado sobre o painel do carro, batendo com a
cabeça.
Em ação rápida, o motorista subiu na
calçada, tomandoa direção contrária, conseguindo assim, fugir do
local e retornando à residência.
Horas depois, o General Humberto
entrava em coma com derrame cerebral vindo a falecer no Hospital
Miguel Couto onde fora internado.
Era realmente o seu último fim de
semana..."
"Com a internet, não existe mais
segredo se duas pessoas conhecem um mesmo assunto"
(Luiz Jardim, oficial-superior e
cientista político).
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por um Oficial publicado 2/09/2008 por Félix Maier em
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